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Sobre mim

Meu nome é Giovanna e tenho 21 anos. Sou formada técnica em mecânica pelo Instituto Federal de São Paulo e atualmente curso Bacharel em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal do ABC, junto com Neurociência e Engenharia Biomédica. 

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Writer's pictureGiovanna Sociarelli

Sarah Thomas: Quem é a primeira árbitra a apitar um Super Bowl?

O Super Bowl LV será o primeiro a ter uma mulher em sua equipe de arbitragem. O nome dela? Sarah Thomas. Ela coleciona uma carreira recheada de conquistas pessoais, e isso vai muito além: Sarah é um exemplo para milhares de meninas e mulheres. Ela representa todas aquelas que têm o esporte como paixão e que agora veem a possibilidade de seguirem seus sonhos. É uma lição pura e completa de que o gênero não deve definir seu futuro e de que os sonhos devem ser seguidos, independente dos desafios encontrados.


Fonte: Getty Images.

A menina Sarah Thomas nasceu no dia 21 de setembro em Pascagoula, Mississipi. Uma virginiana que, para honrar o signo, é perfeccionista, exigente consigo mesma e independente. Ela cresceu jogando softball e basketball, esporte que lhe proporcionou uma bolsa na University of Mobile. Como jogadora, quebrou alguns recordes, entretanto, ela menciona que nunca se sentiu excluída por conta do gênero. Quando encerrou sua carreira esportiva com a bola redonda e laranja, encontrou um novo amor: a bola oval.

Depois de formar-se em comunicação, ela não quis se afastar do futebol e seguiu seus irmãos para um curso de árbitros de futebol americano. Foi assim que sua vida mudou: começou a apitar jogos de escola, ganhou reputação e pôde apitar jogos de high school. Em pouco tempo tornou-se uma das melhores da posição nesse nível. Apesar de esforçar-se ao máximo e conquistar espaço aos poucos, via-se sem perspectiva de futuro. Não havia mulheres árbitras nas ligas profissionais e todos lhe diziam que ela não seria a primeira. Mas sabe de uma coisa? Ela não desistiu.

Contrariando até sua própria opinião de que provavelmente não fosse chegar a níveis profissionais, ela continuou fazendo seu trabalho com perfeição. O universo compensou seus esforços e um dia tudo mudou. Sarah apitava a final estadual do high school que, coincidência do destino ou não, contava com a presença do scout da NFL, Joe Haynes, como espectador. Haynes ficou satisfeito com o que viu do trabalho dela e ligou para Gerald Austin, árbitro aposentado.

Austin: qual o nome dela?

Haynes: o nome dela é Sarah.

Austin: Ok, essa será outra porta que terá que abrir.

Austin a entrevistou pelo telefone com perguntas sobre filosofia e ética. Para ele, é importante que um árbitro saiba que as regras devem ser aplicadas dentro do espírito do jogo, não do espírito técnico delas. Sarah provou a ele que é uma pessoa completamente capaz no quesito ético e como ser humano. Além disso, ele ainda ficou surpreso com a habilidade dela em comunicação, conseguindo ter clareza em tudo. Austin percebeu que isso seria fundamental para esclarecer qualquer dúvida que a comissão técnica dos times viesse a ter durante a partida.

O contato entre os dois foi o início da evolução: a primeira mulher a apitar jogos de College, em 2007. Desse momento em diante, sua dedicação e competência foram se tornando cada vez mais evidentes para todos. Com muito amor ao seu trabalho, começou a progredir mais na carreira: contratação para uma equipe, 11 jogos para apitar no calendário, a primeira a apitar um Bowl do College e participou da United Football League.

Com o currículo cada vez maior e recheado de conquistas representativas, Sarah entrou no radar da NFL em 2013, sendo um dos 21 finalistas do concurso de árbitros da NFL, o que por si só já seria um grande feito, mas não era suficiente para ela ainda. Após isso, passou algum tempo no training camp do New Orleans Saints, onde recebeu elogios de Sean Payton, HC da equipe. Ele disse em entrevista a ESPN: “Sarah vai se dar bem. Nós a assistimos crescer e ela será excelente, afinal tem o comportamento adequado e é perspicaz”.

Em 2015 veio o marco histórico: ela foi contratada como árbitra de tempo integral pela NFL, tornando-se a primeira mulher a assumir esse cargo na liga. Pode parecer até pequeno dito assim, mas nada do que Sarah fez é e nunca será pequeno. Se hoje mulheres não deixam de sonhar, é por pessoas como ela que nunca desistiram. A representatividade feminina num meio completamente masculino e machista só tem a crescer com mulheres assim.

Com o passar do tempo ela foi ganhando mais confiança dentro da liga, provando que gênero não define NADA. Em 2019, tornou-se a primeira a apitar um jogo de playoffs: Los Angeles Chargers x New England Patriots. Apesar de ser a única mulher nesse papel na liga, ela diz que nunca sofreu distinção por parte dos técnicos, equipe de arbitragem ou até mesmo dos jogadores. No entanto, ela consegue ver o quão representativo é o papel dela em campo e, o mais importante, fora dele.

Hoje, ela é casada com Brian e tem 3 filhos: Bridley, Brady e Bailey. Seus dois irmãos, que foram com ela para o curso, são árbitros no College. Por conta da profissão, ela viaja muito, mas sua família compreende a importância disso e é apoio de que ela precisa: “Eu não poderia fazer isso sem o suporte de meu marido, minha família e meus amigos”, diz Sarah.

“O que eu aprendi nesse tempo todo é que você deve fazer algo porque ama, sem esperar reconhecimento. Se você trabalhar duro, o reconhecimento virá. Você tem que acreditar em si mesmo”, Sarah Thomas.

Ela seguiu fazendo com perfeição seu trabalho e o reconhecimento, o maior deles, finalmente veio. No domingo, dia 7 de fevereiro de 2021, ela vai realizar seu maior sonho desde que entrou na liga: apitar um Super Bowl. Alguns anos atrás, ela disse em entrevista que a equipe do evento é a melhor de sua posição do país. Pois então, hoje Sarah Thomas é a melhor down judge dos Estados Unidos.

Sobre o anúncio, ela disse estar muito honrada: “quando eu estiver em campo e perceber tudo a minha volta, provavelmente terei meus olhos um pouco marejados. Eu nunca imaginei ser a primeira em tudo isso, mas sabendo do impacto que estou tendo, não só sobre minha filha, mas sobre garotas e mulheres em todos os lugares – e jovens meninos também – é notável.”

O legado de Sarah Thomas foi construído durante toda a sua carreira e durará para sempre. Ela pode ter lutado por uma conquista pessoal, mas ela encontrou algo muito maior. Ela deu esperança para milhares de pessoas, incluindo para mim. Em campo, já é possível ver mulheres apitando por todo país. Fora dele, sua força de vontade, dedicação e coragem serão vistas em qualquer lugar. Sarah é uma inspiração, não só para aquelas que querem seguir essa profissão, mas para todas as mulheres que hoje podem ver com clareza: lugar de mulher é onde ela bem entender.

“Você tem que agir como se fosse possível transformar radicalmente o mundo. E você tem que fazer isso o tempo todo.” Angela Davis.

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