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Sobre mim

Meu nome é Giovanna e tenho 21 anos. Sou formada técnica em mecânica pelo Instituto Federal de São Paulo e atualmente curso Bacharel em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal do ABC, junto com Neurociência e Engenharia Biomédica. 

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Writer's pictureGiovanna Sociarelli

Sarah Fuller: jogue como uma menina

Sarah Fuller nasceu no dia 20 de junho de 1999, mas nunca deve ter imaginado que aos 21 anos estaria deixando sua marca na história. Ela cursa medicina, saúde e sociedade na Vanderbilt University, mas não é no meio acadêmico que deixou um marco, e sim no esporte. Embora seja goleira de futebol, foi no futebol americano em que seus pés fizeram história: a primeira mulher a jogar na Power 5 (conjunto das 5 principais divisões da Division I do College Football).

Fonte: Getty Images.

Tudo surgiu por acaso: o Special Teams do Vanderbilt Commodores descobriu na segunda feira 23 de novembro que não poderia participar do jogo de domingo (28), dessa forma, próximo ao feriado de ação de graças e com o campus vazio, o time precisava encontrar alguém para a posição de kicker. O diretor assistente da atlética da faculdade ligou para Ken (técnico assistente do time de futebol feminino) e perguntou se ele conhecia alguém que pudesse ocupar a posição. O nome veio a mente rapidamente: Sarah Fuller.

A goleira de ouro de Vanderbilt tinha acabado de ser campeã nacional. Estava pronta para voltar para casa quando recebeu a ligação de Ken que disse “está disponível esse fim de semana para jogar como kicker?” e Sarah aceitou a proposta na hora, ligou para seu pai e disse “pai, eles precisam de kicker, eu vou ser jogadora de futebol americano”. Sua mãe, em entrevista, disse que jamais imaginou a filha em um campo que não fosse de futebol, no entanto, lá estava ela fazendo história com seus pais acompanhando na arquibancada.

Em seu primeiro jogo, só teve a chance de chutar o kickoff e observar o ataque do Commodores nem chegar à área de alcance de Field Goal. Já em sua segunda partida, chutou bem no meio do Y, tornando-se a primeira mulher a pontuar na Power Five. Embora sua participação em campo tenha sido pequena, suas marcas serão gigantes e eternas para milhares de mulheres e meninas, que sonham com um mundo em que barreiras de gênero não existam.

Fonte: Getty Images.

Sarah fez questão de usar a oportunidade o melhor que pudesse, pois sabia da responsabilidade que carregava nos ombros e, principalmente, no capacete. Trazia consigo os dizeres Play Like a Girl* (jogue como uma menina):

“Quando eu era mais nova isso [jogar como uma menina] costumava ser uma ofensa. As crianças vinham até mim e diziam ‘olha, você joga como uma menina’. Eu quero mudar essa narrativa. Eu quero mostrar a eles que jogar como uma menina é um elogio, é algo que demanda esforço”.

*Play Like a Girl é uma organização sem fins lucrativos que encoraja meninas a encontrarem seus lugares no meio esportivo e STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Você pode conhecer mais sobre a organização aqui.

Sarah foi exemplo naquele 28 de novembro para todas as meninas que viram uma mulher entrar em campo em meio a tantos homens. Sarah foi a diferença para aqueles que continuam com o discurso de que mulher não é capaz. Sarah foi o grito de esperança mais lindo de que é possível deixar sua marca mesmo sem nem pretender. Sarah se tornou inspiração de força e coragem, de enfrentar desafios de cabeça erguida e de nunca, nunca mesmo, deixar-se abalar pelas críticas alheias.

Esse vídeo me faz sorrir em meio a um mar de lágrimas em cada vez que o vejo. A emoção de ver esperança de um mundo melhor, de acompanhar e tentar contribuir para a revolução e para a igualdade mexe muito comigo e espero que possa tocar você também.


“Eu represento as meninas que pensam muito sobre jogar futebol americano ou qualquer outro esporte. Eu só quero contar a essas meninas que elas podem fazer qualquer coisa que quiserem, desde que tenham o objetivo em suas cabeças. Se você tem a mentalidade, você consegue fazer grandes coisas”. Sarah Fuller.



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