Sarah Fuller nasceu no dia 20 de junho de 1999, mas nunca deve ter imaginado que aos 21 anos estaria deixando sua marca na história. Ela cursa medicina, saúde e sociedade na Vanderbilt University, mas não é no meio acadêmico que deixou um marco, e sim no esporte. Embora seja goleira de futebol, foi no futebol americano em que seus pés fizeram história: a primeira mulher a jogar na Power 5 (conjunto das 5 principais divisões da Division I do College Football).
Tudo surgiu por acaso: o Special Teams do Vanderbilt Commodores descobriu na segunda feira 23 de novembro que não poderia participar do jogo de domingo (28), dessa forma, próximo ao feriado de ação de graças e com o campus vazio, o time precisava encontrar alguém para a posição de kicker. O diretor assistente da atlética da faculdade ligou para Ken (técnico assistente do time de futebol feminino) e perguntou se ele conhecia alguém que pudesse ocupar a posição. O nome veio a mente rapidamente: Sarah Fuller.
A goleira de ouro de Vanderbilt tinha acabado de ser campeã nacional. Estava pronta para voltar para casa quando recebeu a ligação de Ken que disse “está disponível esse fim de semana para jogar como kicker?” e Sarah aceitou a proposta na hora, ligou para seu pai e disse “pai, eles precisam de kicker, eu vou ser jogadora de futebol americano”. Sua mãe, em entrevista, disse que jamais imaginou a filha em um campo que não fosse de futebol, no entanto, lá estava ela fazendo história com seus pais acompanhando na arquibancada.
Em seu primeiro jogo, só teve a chance de chutar o kickoff e observar o ataque do Commodores nem chegar à área de alcance de Field Goal. Já em sua segunda partida, chutou bem no meio do Y, tornando-se a primeira mulher a pontuar na Power Five. Embora sua participação em campo tenha sido pequena, suas marcas serão gigantes e eternas para milhares de mulheres e meninas, que sonham com um mundo em que barreiras de gênero não existam.
Sarah fez questão de usar a oportunidade o melhor que pudesse, pois sabia da responsabilidade que carregava nos ombros e, principalmente, no capacete. Trazia consigo os dizeres Play Like a Girl* (jogue como uma menina):
“Quando eu era mais nova isso [jogar como uma menina] costumava ser uma ofensa. As crianças vinham até mim e diziam ‘olha, você joga como uma menina’. Eu quero mudar essa narrativa. Eu quero mostrar a eles que jogar como uma menina é um elogio, é algo que demanda esforço”.
*Play Like a Girl é uma organização sem fins lucrativos que encoraja meninas a encontrarem seus lugares no meio esportivo e STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Você pode conhecer mais sobre a organização aqui.
Sarah foi exemplo naquele 28 de novembro para todas as meninas que viram uma mulher entrar em campo em meio a tantos homens. Sarah foi a diferença para aqueles que continuam com o discurso de que mulher não é capaz. Sarah foi o grito de esperança mais lindo de que é possível deixar sua marca mesmo sem nem pretender. Sarah se tornou inspiração de força e coragem, de enfrentar desafios de cabeça erguida e de nunca, nunca mesmo, deixar-se abalar pelas críticas alheias.
Esse vídeo me faz sorrir em meio a um mar de lágrimas em cada vez que o vejo. A emoção de ver esperança de um mundo melhor, de acompanhar e tentar contribuir para a revolução e para a igualdade mexe muito comigo e espero que possa tocar você também.
“Eu represento as meninas que pensam muito sobre jogar futebol americano ou qualquer outro esporte. Eu só quero contar a essas meninas que elas podem fazer qualquer coisa que quiserem, desde que tenham o objetivo em suas cabeças. Se você tem a mentalidade, você consegue fazer grandes coisas”. Sarah Fuller.
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