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Sobre mim

Meu nome é Giovanna e tenho 21 anos. Sou formada técnica em mecânica pelo Instituto Federal de São Paulo e atualmente curso Bacharel em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal do ABC, junto com Neurociência e Engenharia Biomédica. 

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Fora de Campo: Alex Smith

  • Writer: Giovanna Sociarelli
    Giovanna Sociarelli
  • Feb 28, 2021
  • 6 min read

Updated: Apr 19, 2021

Uma inspiração no esporte e na vida: Alex Smith foi o vencedor do prêmio de Comeback Player of the Year (CPOY) e eu não poderia deixar de prestar uma homenagem a esse homem, dono da mentalidade mais forte que eu já vi. Não será conhecido por um quarterback de elite, nem por seus feitos dentro de campo, mas seu legado será mais forte e impactante do que tudo isso. Sua constante luta para se manter vivo e continuar o sonho de jogar na NFL, não importando as dificuldades no meio do caminho.

Fonte: Getty Images.

Alexander Douglas Smith nasceu no dia 7 de maio de 1984 em Bremerton, Washington, sendo um taurino persistente, guerreiro e obstinado. Filho do casal Douglas e Pam Smith, tem 3 irmãos: Josh, Abbey e MacKenzie. O menino Smith sempre foi jogador de futebol americano, começando a carreira pela Helix High School, liderando o time a 2 finais, além de 2 prêmios de MVP e Jogador Ofensivo da Conferência.

Sua primeira temporada na NFL teve um rendimento abaixo do esperado para um jogador escolhido na primeira pick: apenas 9 partidas, 1 touchdown e 11 interceptações. A decepção fica ainda maior considerando que Aaron Rodgers, pick #24, fez um ano com ótimo desempenho. Em 2006 não conseguiu finalizar a temporada por conta de dores, mas teve bons números em alguns jogos. Em 2007 veio sua primeira lesão e cirurgia como jogador profissional: deslocamento de ombro esquerdo

Nesse meio tempo, Alex conheceu Elizabeth Barry através do futebol americano, pois era cheerleader do antigo Oakland Raiders. Começaram a ter encontros e, em 2007, tornaram-se noivos. Aparentemente as coisas andam bem rápido na vida dos jogadores da NFL, pois o casal realizou a cerimônia de casamento, em San Francisco, apenas dois anos após o noivado. O casal teve 3 filhos: Hudson (2011), Hayes (2013) e Sloan (2016).

Além das dificuldades físicas e várias lesões no começo da carreira, em 6 temporadas na NFL ele teve 6 diferentes coordenadores diferentes, dificultando o rendimento consistente do jogador. Nos 4 anos seguintes como jogador do 49ers (2009-2012), acumulou mais 2 lesões: ombro esquerdo (2010) e concussão (2012), perdendo sua titularidade para Colin Kaepernick.

Smith não teve a renovação de contrato após ser bancado, dessa forma, foi trocado para o Kansas City Chiefs, time que representou por 5 temporadas e alcançou o auge de sua carreira: 3 Pro Bowls, 5 campanhas positivas, 1ª vitória em playoffs (e do time desde 1993), além dos melhores números da carreira. Entretanto, nem tudo foram flores. Nesse período sofreu mais 3 lesões: ombro (2014), abdômen (2014) e concussão (2016). Mesmo com todo esse histórico de lesões, ele nem poderia imaginar que o pior ainda estava por vir.

Em 2018 Alex Smith foi trocado para o Washington Football Team, com um contrato de 4 anos, ou seja, seria Free Agent apenas em 2022. Mas, o destino não o reservava toda essa certeza: sua vida mudou drasticamente no dia 11 de novembro de 2018. Uma temporada até então tranquila, até que na semana 11 contra o Houston Texans sofreu uma grave fratura em espiral da tíbia até a fíbula. Embora a lesão fosse grave, o tratamento esperado era de apenas uma cirurgia (para colocar placas e parafusos), 2 dias no hospital e fisioterapia.

A cirurgia foi bem-sucedida, mas, por se tratar de uma fratura exposta, tinha alto risco de infecção, que não tardou a dar sinais de seu aparecimento. As coisas começaram a ficar feias: Alex foi diagnosticado com fasceíte necrozante, uma bactéria que fica na corrente sanguínea e alimenta-se de carne. Ficou, literalmente, entre a vida e a morte. A prioridade dos médicos deixou se ser sua recuperação para voltar a jogar, mas sim para salvar sua vida – deixando a perna em segundo cenário, considerando até a amputação.

O guerreiro não desistiu, não aceitou o fato de que poderia nunca mais voltar a jogar futebol americano. Em meio a dias fora de si por conta da infecção que tomava conta de seu corpo, o jogador decidiu optar por tirar uma parte do quadríceps esquerdo para refazer os músculos da canela. Era um procedimento de alto risco, pois seu corpo podia não aceitar, a perna direita teria que ser amputada e a esquerda (nova dominante) estaria fragilizada. Felizmente, tudo correu bem.

Ao todo foram 17 cirurgias e 4 internações em 9 meses. Realizou um de seus procedimentos no Centro Médico Militar de San Antonio, por ser uma lesão comum em soldados. Foi uma oportunidade que lhe assustou muito, mas pela qual foi muito grato. Sua esposa ficou ao seu lado desde o momento que foi retirado do campo. Ela disse em entrevista: “sua fortaleza mental é absurda. Ele se esforça todos os dias. É absolutamente incrível o quão longe ele chegou”. A recuperação pós cirurgias também não foi fácil: a casa teve que ser adaptada para cadeira de rodas, fez fisioterapia de 5 a 6 vezes por semana e treinou os músculos superiores (com a intenção de voltar a jogar).

Alex teve a sorte de estar bem assistido por sua família que o ama infinitamente. Além de Elizabeth, seus filhos, pais e amigos sempre o visitavam no hospital e não mediam esforços para ajudar no que estivesse ao alcance. Além da família de sangue, a família Washington, principalmente Ron Rivera (HC) e Dan Snyder (dono da franquia), visitavam-no com frequência no hospital e em casa.

“Eu tenho sorte por estar vivo. Você sabe quantas pessoas gostariam de trocar de posição comigo? Milhões de pessoas gostariam de estar onde estou agora. Você entende a vida que vivemos e as bênçãos que temos? Não podemos dar as coisas como garantidas, nem por um minuto. Perspectiva."

Em seu aniversário de 36 anos, Elizabeth postou um vídeo emocionante de Alex voltando a lançar. A verdade é que o conteúdo do vídeo não tinha nada demais, mas vê-lo jogando depois de tanto que passou é de derreter o coração de cada um. O processo foi árduo, mas o esforço foi recompensado. Após 693 dias longe do campo, o final feliz de tanto sofrimento chegou: Alex Smith em campo como titular da franquia. O dia vai ficar marcado na vida de qualquer pessoa que assista NFL. Lágrimas foram aos olhos sem pensar junto com o medo de qualquer sack.

Não existe um jogador que tenha passado por tanta coisa quanto ele e tenha tido a força de continuar, de seguir em frente, de lutar pelo sonho mesmo que fosse arriscado. Não haverá outra história como essa, não há alguém que represente melhor o CPOY como ele. Sim, o prêmio deveria se chamar Alex Smith daqui para frente. Não só uma homenagem, mas uma forma de demonstração admiração por alguém que fez tanto por amor ao esporte.

Depois de ser eternizado na história, Alex Smith anunciou sua aposentadoria no dia 19 de abril. O comunicado foi realizado via Instagram por um vídeo emocionante sobre sua carreira e a importância do futebol americano na sua vida. O pick #1 deixa para trás uma carreira linda, além de sua marca pelo Chiefs Kingdom, Forever Faithful e Washington. Mas o seu real legado não vai ser sobre números, passes para touchdowns ou recordes, seu legado é algo muito maior, é algo capaz de inspirar as pessoas: Alex Smith nos deu 2 anos de aula sobre o que é resiliência e força de vontade, o que é amar tanto sua profissão a ponto de colocar isso como seu maior objetivo, mesmo que tudo pareça perdido. Como ele mesmo diz em seu vídeo de aposentadoria: "Não é apenas um jogo. Não é só sobre o que acontece entre aquelas linhas brancas no campo aos domingos. É sobre os desafios e o empenho que eles exigem. É sobre o quanto você pode se esforçar e quão longe você pode chegar. É sobre a ligação com aqueles 53 caras no vestiário e todo mundo na organização. É sobre se comprometer inteiramente com algo maior e, acima de tudo, é sobre você."

Feliz aposentadoria, lenda. Que ela seja bela e feliz como você merece. Obrigada por tanto, Alex.

“Para qualquer um que esteja passando por momentos difíceis, saiba que momentos melhores estão por vir. Abrace tudo o que a vida tem a oferecer, não há altos sem baixos. Honre cada um dos dias e lembre-se: viva”. Alex Smith

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