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Sobre mim

Meu nome é Giovanna e tenho 21 anos. Sou formada técnica em mecânica pelo Instituto Federal de São Paulo e atualmente curso Bacharel em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal do ABC, junto com Neurociência e Engenharia Biomédica. 

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Writer's pictureGiovanna Sociarelli

A Tragédia do Reino Nacional Leste

Hoje eu vou contar a história de um grande território onde 32 reinos, dispostos entre Nacionalistas e Americanos do Norte, Sul, Leste e Oeste, disputam uma coroa e o poder. Todos os anos um novo rei é escolhido, impreterivelmente no primeiro domingo de fevereiro e, dessa forma, governa até que a próxima guerra comece em setembro. Nesse período de cessar fogo, todos unem seus batalhões e preparam-se para lutar em busca do lugar mais alto do mundo, acima de tudo e de todos. Sacrificam dias, momentos com a família e horas de lazer para preparamento físico, visão de jogo e decorar novas jogadas – tudo com um único objetivo, é all win.

Todavia, o ano de 2020 foi o contrário de all win para os Nacionalistas do Leste, que juntos somaram apenas 23 vitórias, 1 empate e 40 derrotas, além do número alarmante: 12 capitães. Todos os outros 28 reinos queriam lutar contra eles, inclusive, ajudaram a favorecer aqueles que precisavam de batalhas fracas para garantir vitórias. Os pobres mortais sofriam a cada luta que era exibida em horário nobre, no entanto, quem soube abstrair de lutas tecnicamente corretas, pôde observar confrontos extremamente engraçados por seus erros e coisas absurdas que os combatentes realizaram. Mas, como cada um dos reinos se desenvolveu durante a guerra?

O Reino Sem Nome da Capital

Capitães: Kyle Allen, Alex Smith, Dwayne Haskins e Taylor Heinicke.

Vitórias: Eagles, 49ers, Steelers, Cowboys, Bengals, Cowboys e Eagles.

Derrotas: Panthers, Seahawks, Lions, Giants, Giants, Rams, Ravens, Browns, Cardinals e Buccaneers (playoffs).


Fonte: Getty Images.

Não há nada mais Nacional Leste do que ter um time sem nome e bandeira como campeão, ainda que com campanha negativa – ganhando apenas 7 batalhas e perdendo 9. Mas o que chama mais atenção na temporada desse reino não é o título da divisão, mas sim uma palavra bem conhecida chamada resiliência.

Resiliência: capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças. Qualidade de quem tem capacidade de se adaptar às intempéries, às alterações ou infortúnios.

Começando pelo Coronel Ron Rivera que, durante a temporada em meio a tantas lutas, teve que lutar contra mais uma: o câncer. A decisão dele nunca foi de se afastar e sim de continuar forte, realizando o seu trabalho com louvor. Foram meses de tratamento, até que ele conseguiu estar finalmente curado.

Além dessa história emocionante, outra também foi alvo do amor da população: Alex Smith. Depois de quase amputar a perna por conta de uma lesão com diversas complicações, o guerreiro, que por muitas vezes saiu fora de si por infecções, que muitas vezes temeu pela sua própria vida, voltou aos gramados, onde havia se lesionado anos antes. Conseguiu levar o batalhão, mesmo que com desempenho mediano, a uma campanha 5-1 – fundamental para conquistar o título.

Em relação ao ataque, foi tudo uma verdadeira bagunça: Dwayne Haskins foi dispensado por atitudes deploráveis de irresponsabilidade, Kyle Allen se lesionou durante uma batalha e quem teve que assumir a responsabilidade durante a temporada regular foi o Alex Smith. Os créditos para carregar esse ataque nas costas ficam para Terry McLaurin e Antonio Gibson, que fizeram o que era possível para anotar seus touchdowns.

Alex Smith, em 8 jogos, somou 1582 jardas lançadas, 6 touchdowns e 8 interceptações. Antonio Gibson foi o melhor corredor com suas 795 jardas e 11 touchdowns – embora esteja longe do ideal e a rotação na posição ainda não tenha desempenho satisfatório. Em compensação, Terry McLaurin foi o melhor recebedor isolado com 1118 jardas e 4 touchdowns, enquanto Logan Thomas, TE, teve 670 touchdowns e 6 touchdowns.

No entanto, o que a organização dos capitães foi insuficiente e complicada, a defesa trabalhou incrivelmente bem. Aliás, ela é a principal responsável para esse Reino ter chegado no local que chegou. O novato Chase Young foi uma besta enjaulada com ódio que combinou muito bem com Jonathan Allen e Montez Sweat, formando assim uma das melhores e mais invejadas linhas de frente de todo o território. A propósito, o bom rendimento da DL permitiu que os linebackers pudessem focar de fato em suas funções e terem uma bela temporada.

Dessa forma, o time garantiu sua vaga aos playoffs na semana 17 com uma vitória sobre as Galinhas Instáveis. Chegaram à rodada selvagem com o quarterback cerveja para enfrentar os piratas. Com a perspicácia que só uma cerveja poderia ter no frio, deu muito trabalho ao time que venceu. Seu desempenho foi impressionante, não o suficiente para ganhar, mas o suficiente para renovar o contrato.

O Reino Viúvo de Manning

Capitães: Daniel Jones e Colt McCoy.

Vitórias: Cowboys, Seahawks, Bengals, Eagles, Washington e Washington

Derrotas: Ravens, Browns, Cardinals, Buccaneers, Eagles, Cowboys, Rams, 49ers, Bears e Steelers.

Enquanto a imagem mais marcante dos Sem Nome foi o QB cerveja nos playoffs, o primeiro ano sem Eli Manning foi marcado por um lance: o tombo do capitão Daniel Jones após correr 80 jardas. Não foi um tombo convencional que acontece em batalhas de futebol americano, foi uma queda provocada pelo fantasma Gasparzinho.

Apesar da brincadeira, o que configura o ano do ataque desse batalhão foi a inconsistência. Um dos maiores soldados (Saquon Barkley) perdeu toda a temporada com uma lesão de ACL, embora tenha sido pouco utilizado no tempo que estava em atividade. De repente, Waynne Gallman se tornou a força principal do setor com suas 682 jardas e 6 touchdowns, cumprindo bem seu papel como corredor. Já entre os recebedores a produção foi mais equilibrada com Darius Slayton (751 jardas e 3 touchdowns) e Sterling Shephard (656 jardas e 3 touchdowns.

A defesa foi o ponto mais positivo, conseguindo manter jogos abertos, forçando interceptações e com uma cobertura. A linha de frente foi o ponto mais forte e surpreendente, principalmente com Blake Martinez, Leonard Williams e Dexter Lawrence com ótimo rendimento. Já a secundária também foi inconsistente em diversos momentos, menos James Bradberry, excelente em todas as batalhas.

Muitas derrotas teriam sido evitadas se Daniel Jones não tivesse cedido tantos turnovers, se o jogo terrestre tivesse sido mais bem utilizado e se a secundária tivesse sido mais consistente. Essas provavelmente são as três razões de os Viúvos não terem conquistado o título da Nacional Leste. Não adianta chorar por conta de as Galinhas Estáveis terem entregado o jogo para os Sem Nome. A faca e o queijo estavam na mão, não usou quem não teve perspicácia o suficiente para tal.

O Reino Sem Títulos no Século

Capitães: Dak Prescott, Andy Dalton, Garrett Gilbert e Ben DiNucci.

Vitórias: Eagles, 49ers, Bengals, Vikings, Giants e Falcons.

Derrotas: Giants, Ravens, Washington, Steelers, Eagles, Washington, Cardinals, Browns, Seahawks e Rams.


Fonte: Getty Images.

Sinceramente, quando chegou dezembro eu nem me lembrava que esse reino ainda estava participando de qualquer batalha que fosse. Tinha tudo para levar a Nacional Leste com folga: um ataque organizado e uma defesa que enganava bem. Contudo, perderam seu capitão, Dak Prescott, logo na semana 5 e, com isso, perderam também qualquer noção de espaço que poderiam ter. O ataque virou uma verdadeira baderna, que nem as principais estrelas conseguiram colocar nas costas e seguir.

O time sofreu com diversas lesões, não somente a de Prescott. A defesa se provou, com o tempo, uma das piores do território, sem a menor sombra de dúvidas. Com o ataque desmoronando e a defesa sofrendo, fica estranho saber como conseguiram 6 vitórias, mas o fato é de que o draft se tornou a realidade da torcida mais cedo do que o esperado.

Parte da discussão que um dia existiu sobre a importância de Dak acabou nessa temporada. Ele pode não ser o melhor quarterback do mundo, mas o ataque se perdeu completamente sem ele. Ezekiel Elliott rendeu bem abaixo do esperado – mesmo alcançando 979 jardas e 6 touchdowns – e decepcionou, além de sua torcida, os fantasy owners que o draftaram. Basicamente foram dois jogos bons (Eagles e Vikings) e os outros de muita raiva passada por quem viu.

O trio de recebedores não foi de todo mal: Amari Cooper ainda chegou às 1114 jardas com 5 touchdowns, CeeDee Lamb às 935 jardas e 5 touchdowns e Michael Gallup às 843 jardas e 5 touchdowns. A propósito, Cooper foi o soldado mais regular da equipe e que merece todos os créditos – afinal, recebeu bola de soldados que ninguém nunca ouviu falar.

A defesa, como já dito, foi deplorável durante todo o tempo, mostrando uma necessidade urgente de melhora e investimento – isso se quiserem ser melhores que os demais para 2021.

O Reino das Galinhas Instáveis

Capitães: Carson Wentz e Jalen Hurts.

Vitórias: Saints, Cowboys, Giants e 49ers.

Empate: Bengals.

Derrotas: Washington, Cowboys, Cardinals, Packers, Seahawks, Browns, Giants, Ravens, Steelers, Rams e Washington.


Fonte: Getty Images.

Todos deixam uma imagem marcante sobre seus desempenhos ao final da guerra, mas nem todos a deixam como forma positiva, alguns marcam o seu nome por uma decisão errada, como o Coronel Doug Pederson, que decidiu entregar a última batalha – que garantiu a liderança dos Sem Nome e o segundo lugar dos Viúvos. Provavelmente esse foi um dos fatores que levou a sua demissão com o final da temporada regular.

O capitão Carson Wentz também fez um ótimo trabalho em cavar a sua própria cova. O mesmo homem que em 2018 levou o batalhão ao Super Bowl esqueceu subitamente como é lançar mísseis e liderou o território em mais interceptações. O clima esquentou e ele ficou 2 meses sem falar com o capitão. Por mais potencial que tivesse, essa foi a prova de que não tinha mais lugar para permanecer na equipe – sendo trocado para o Indianapolis Colts ao final de tudo.

Quem teve que assumir a responsabilidade das Galinhas Instáveis foi o capitão novato, Jalen Hurts, que surpreendeu na sua estreia vencendo o New Orleans Saints e que teve 3 boas partidas – somando 1061 jardas, 6 touchdowns e 4 interceptações. Porém, o novato e o ruivo têm uma coisa em comum: uma péssima linha para proteção (talvez uma das piores). Dessa forma, a mobilidade de Hurts ajudou muito com que ele não fosse tão acertado pelas tropas adversárias.

A temporada ainda foi ótima para mostrar o potencial de Miles Sanders, que deve ser mais utilizado pelo novo Coronel Nick Sirianni. É um menino que tem muitas chances de conquistar muito campo, mas que não foi tão chamado ao combate quanto deveria – o mesmo vale para Boston Scott. Em relação aos recebedores, Travis Fulgham liderou a equipe em jardas 539 e 4 touchdowns.

A defesa do batalhão foi ruim. As lesões a deixaram ainda mais abaixo do que era esperado. A propósito, essas lesões são comuns nas Galinhas Instáveis, imagino que seja um problema na água que eles tomam, já que ninguém parece tomar muitas providências em relação ao patético departamento médico.

Essa é uma nova era das Galinhas. É muito fácil ir do amor ao ódio no Reino da Philadelphia, é um povo que tem isso correndo em suas veias. Será preciso muita sabedoria para iniciar essa reconstrução, pois um time com tantas falhas não conseguirá longe tão cedo. E digo mais, a cabeça de todo mundo pode rolar porque não há apego quando se há sede de ganhar.

"O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas." José Saramago.



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